Custos levam aéreas a reduzir oferta de assentos
- TAM deve seguir a Gol e reduzir o número de voos; grandes empresas abandonam os aeroportos regionais
BRASÍLIA — Diante da alta do dólar e com pouca margem de manobra para repassar custos aos preços das passagens, as maiores empresas aéreas do país já preparam novas reduções na oferta de assentos para o segundo semestre do ano. Segundo fontes do mercado, a TAM está prestes a anunciar corte semelhante ao da Gol, que, a partir de agosto, deixará de operar 200 voos por semana. As menores Azul/Trip e Avianca, que vinham num processo de expansão da malha, também pisaram no freio.
Dados da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) mostram que a quantidade de rotas oferecidas por mês já caiu 4,2% neste ano, de 1.130 para 1.082, o que significa que 48 trechos deixaram de ser atendidos no Brasil. O número de cidades servidas recuou um pouco menos, 2,1%, de 188 para 184, o que leva a concluir que, num primeiro momento, as empresas estão reduzindo o número de frequências. A pesquisa foi feita com base nos dados de janeiro a maio, últimos disponíveis.
Menos conexões
O levantamento revela ainda que, para cortar custos e aumentar o índice de ocupação dos aviões, as empresas estão reduzindo o número de voos com conexões e privilegiando as ligações diretas entre dois aeroportos. A quantidade média de voos de uma só etapa subiu 5,8%, de 13.878 por mês para 14.688; já nas com duas etapas, a queda foi de 16%; nas com três, 24,09%; e nas com quatro ou mais, o recuo foi de 17,6%.
Outra conclusão é que as maiores (Gol e TAM) estão deixando os pequenos aeroportos (regionais) e concentrando as operações nos grandes hubs (centro de distribuição de rotas), os eixos Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre. O espaço deixado vem sendo ocupado pelas companhias menores.
Tarifas promocionais estão mais escassas
Os ajustes feitos pelas empresas já surtem efeito nos preços, na avaliação do Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Segundo a coordenadora institucional do instituto, Maria Inês Dolci, as tarifas promocionais estão ficando cada vez mais escassas e os preços nas compras com pouca antecedência da viagem, cada vez mais salgados. Ela lembrou que o valor da passagem para as cidades que foram sedes dos jogos da Copa das Confederações, entre 15 e 30 de junho, triplicou.
— A percepção é que as promoções são do tipo “relâmpago”, para destinos pouco procurados e em horários pouco atrativos — disse ela, que pretende acompanhar de perto a evolução dos preços no segundo semestre, diante do enxugamento da oferta.
Para a superintendente de Regulação Econômica da Anac, Danielle Crema, os efeitos nos preços ainda não são tão visíveis, porque as companhias estão com dificuldades de repassar o custo para os passageiros. Ela citou dados do próprio setor, segundo os quais um aumento de 10% no preço da passagem resulta numa queda de 14% na demanda.
Impacto de R$ 900 milhões
Danielle ressaltou ainda que a demanda já está caindo, porque o transporte aéreo é uma atividade muito dependente do ritmo de crescimento da economia. Além disso, as famílias estão mais endividadas.
Os dados de que a Anac dispõe (até setembro de 2012) indicavam queda nos preços: 65% dos assentos em voos domésticos foram vendidos com tarifas inferiores a R$ 300, sendo que 10% foram comercializados com tarifas inferiores a R$ 100. A agência não quis fazer previsão sobre o comportamento dos preços diante do atual cenário mais adverso.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, disse que a situação do setor, que já vinha registrando prejuízos, piorou com a alta do dólar. Segundo ele, até dezembro, as empresas terão um custo adicional de R$ 900 milhões só com o câmbio, que afeta diretamente as despesas com combustível, item que pesa 40% no custo total. Além disso, os contratos de leasing e gastos com manutenção também são influenciados pela alta da moeda americana.
— Nós encerramos o primeiro semestre numa situação de desolação — disse Sanovicz. — Você tem um cenário muito ruim para o setor — emendou o economista da Consultoria LCA Wermeson França.
O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, disse que, diante dos investimentos programados para os aeroportos, interessa ao país ter companhias saudáveis.
Dados da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) mostram que a quantidade de rotas oferecidas por mês já caiu 4,2% neste ano, de 1.130 para 1.082, o que significa que 48 trechos deixaram de ser atendidos no Brasil. O número de cidades servidas recuou um pouco menos, 2,1%, de 188 para 184, o que leva a concluir que, num primeiro momento, as empresas estão reduzindo o número de frequências. A pesquisa foi feita com base nos dados de janeiro a maio, últimos disponíveis.
Menos conexões
O levantamento revela ainda que, para cortar custos e aumentar o índice de ocupação dos aviões, as empresas estão reduzindo o número de voos com conexões e privilegiando as ligações diretas entre dois aeroportos. A quantidade média de voos de uma só etapa subiu 5,8%, de 13.878 por mês para 14.688; já nas com duas etapas, a queda foi de 16%; nas com três, 24,09%; e nas com quatro ou mais, o recuo foi de 17,6%.
Outra conclusão é que as maiores (Gol e TAM) estão deixando os pequenos aeroportos (regionais) e concentrando as operações nos grandes hubs (centro de distribuição de rotas), os eixos Rio, São Paulo, Brasília, Belo Horizonte e Porto Alegre. O espaço deixado vem sendo ocupado pelas companhias menores.
Tarifas promocionais estão mais escassas
Os ajustes feitos pelas empresas já surtem efeito nos preços, na avaliação do Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor. Segundo a coordenadora institucional do instituto, Maria Inês Dolci, as tarifas promocionais estão ficando cada vez mais escassas e os preços nas compras com pouca antecedência da viagem, cada vez mais salgados. Ela lembrou que o valor da passagem para as cidades que foram sedes dos jogos da Copa das Confederações, entre 15 e 30 de junho, triplicou.
— A percepção é que as promoções são do tipo “relâmpago”, para destinos pouco procurados e em horários pouco atrativos — disse ela, que pretende acompanhar de perto a evolução dos preços no segundo semestre, diante do enxugamento da oferta.
Para a superintendente de Regulação Econômica da Anac, Danielle Crema, os efeitos nos preços ainda não são tão visíveis, porque as companhias estão com dificuldades de repassar o custo para os passageiros. Ela citou dados do próprio setor, segundo os quais um aumento de 10% no preço da passagem resulta numa queda de 14% na demanda.
Impacto de R$ 900 milhões
Danielle ressaltou ainda que a demanda já está caindo, porque o transporte aéreo é uma atividade muito dependente do ritmo de crescimento da economia. Além disso, as famílias estão mais endividadas.
Os dados de que a Anac dispõe (até setembro de 2012) indicavam queda nos preços: 65% dos assentos em voos domésticos foram vendidos com tarifas inferiores a R$ 300, sendo que 10% foram comercializados com tarifas inferiores a R$ 100. A agência não quis fazer previsão sobre o comportamento dos preços diante do atual cenário mais adverso.
O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, disse que a situação do setor, que já vinha registrando prejuízos, piorou com a alta do dólar. Segundo ele, até dezembro, as empresas terão um custo adicional de R$ 900 milhões só com o câmbio, que afeta diretamente as despesas com combustível, item que pesa 40% no custo total. Além disso, os contratos de leasing e gastos com manutenção também são influenciados pela alta da moeda americana.
— Nós encerramos o primeiro semestre numa situação de desolação — disse Sanovicz. — Você tem um cenário muito ruim para o setor — emendou o economista da Consultoria LCA Wermeson França.
O ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Moreira Franco, disse que, diante dos investimentos programados para os aeroportos, interessa ao país ter companhias saudáveis.
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Marcuss Silva Reis