✈ “A Asa Colada” – Causos da Aviação Geral nos Anos 80
Era uma típica tarde de domingo nos efervescentes anos 80. O pequeno aeroporto de Búzios fervilhava de aviões e gente. O vai e vem era constante — pilotos experientes e passageiros inexperientes cruzavam a pista com a pressa de quem queria aproveitar os últimos momentos do fim de semana no paraíso.
Naquele dia, o comandante Fininho — um sujeito magro, espirituoso e conhecido por seu bom humor — pousou com seu avião de táxi aéreo para buscar alguns passageiros. Entre eles, uma senhora simpática, mas com o rosto claramente tomado pelo pavor.
— Moço, eu tenho muito medo de andar de avião. Nossa, o senhor não faz ideia, disse ela, segurando firme a bolsa contra o peito.
Com um sorriso maroto, Fininho respondeu:
— Ah, senhora… deixa eu confessar uma coisa pra senhora. Eu também!
A passageira ficou paralisada por um instante. Sem saber se ria ou corria. Mas aceitou a brincadeira com um sorriso tímido e um suspiro profundo.
Na hora do embarque, tentando talvez ganhar confiança, ela passou a mão pela asa do avião, como quem confere se está tudo no lugar. O comandante não perdeu a chance:
— Pelo amor de Deus, não encosta a mão aí!
— Por quê?!, perguntou ela, assustada.
— Porque eu acabei de colar essa asa agora!
Dizem que ela embarcou rindo, mas com os olhos arregalados. E o voo foi tranquilo, como quase todos os voos que viram boas histórias.
Mais um causo da aviação geral no Rio de Janeiro… de um tempo em que voar era também sorrir com simplicidade.
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Marcuss Silva Reis