✈️ O Defunto do Seneca – Uma Noite Nada Tranquila nos Céus do Rio
Era uma daquelas noites perfeitas no Rio de Janeiro — céu limpo, estrelado, e a brisa vinda da Baía de Guanabara trazendo cheiro de mar e querosene de aviação.
Foi quando Victos Totó e Alan Delon de Copacabana, dois pilotos freelancers mais corajosos do que experientes, receberam uma missão um tanto quanto... peculiar.
A carga? Um caixão lacrado.
O destino? São Paulo.
A aeronave? Um Seneca II azul e branco, reluzente sob a luz do pátio do Santos Dumont, como se nem desconfiasse do que viria pela frente.
Victos olhou pro Alan e soltou:
— “É só um translado. Carga leve.”
— “Leve? O cara já tá morto, né?”
Riram. Nervosos.
Decolaram com o céu limpo e a consciência pesada. Não havia turbulência, mas o clima na cabine era denso. Lá pela altura de Resende, o inesperado começou.
Um estalo.
Seco. Dentro do avião.
— "Ouviu isso?"
— "Ouvi."
— "Foi o motor?"
— "Foi o caixão."
Outro estalo. Depois outro. E então, o cheiro.
— "Mano... que cheiro é esse?"
— "É... o defunto!"
O pânico se instalou. Victos jurava que o caixão mexeu. Alan já rezava de olhos abertos.
— “Isso aqui tá mal-assombrado!”
— “Vira! Vira pro Rio! Não vamos morrer com um passageiro que já tá morto!”
Declararam emergência. Mas nem sabiam direito o que dizer.
— “Controle Rio, aqui é o Seneca Golf-Tango. Estamos com... uma situação... sobrenatural.”
— “Confirmam problema mecânico?”
— “Negativo. É... espiritual mesmo.”
A volta foi tumultuada, com os dois em pânico, suando frio. E de tão desorientados, ainda pousaram numa pista de apoio em Japeri só para descer e perguntar aonde estavam.
Finalmente conseguiram retornar ao Santos Dumont com o avião inteiro, mas os nervos em frangalhos.
O cheiro? Um misto de naftalina, gás e pavor.
O corpo foi transferido com todo respeito. Mas Victos Totó e Alan Delon de Copacabana...
Nunca mais aceitaram voo com carona do além.
E até hoje, nos cafés do Santos Dumont, basta alguém estalar os dedos... que o Victos Totó derruba a xícara, e o Alan Delon quase decola da cadeira.
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Marcuss Silva Reis