O voo UX24 da Air Europa, que deveria ligar Assunção a Madrid na última segunda-feira, 30 de junho, acabou se tornando um exemplo clássico de como a segurança operacional é prioridade absoluta na aviação. Operado por um Boeing 787-9 Dreamliner, matrícula EC-NBM, o voo transportava cerca de 300 pessoas quando enfrentou dois incidentes técnicos sucessivos, ambos obrigando a aeronave a regressar ao Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, no Paraguai.
A primeira decolagem ocorreu às 11h56, horário local. Poucos minutos após a partida, os pilotos detectaram uma falha técnica que comprometeria a segurança do voo. Seguindo os procedimentos previstos, a tripulação manteve a aeronave em voo de espera a 10.000 pés de altitude para realizar o alijamento de combustível — uma medida necessária para reduzir o peso da aeronave até o limite permitido para o pouso seguro. Após aproximadamente uma hora, o Boeing retornou ao aeroporto para uma aterrissagem controlada.
Duas horas mais tarde, após ser reabastecido e passar por checagem técnica, o avião decolou novamente rumo à capital espanhola. Contudo, uma nova falha técnica foi registrada durante essa segunda tentativa, obrigando os pilotos a repetir o mesmo procedimento: manter-se em voo, realizar o alijamento de combustível e regressar a Assunção.
Até o momento, a Air Europa não divulgou detalhes sobre a natureza das falhas. O caso está sob investigação das autoridades aeronáuticas do Paraguai, em conjunto com a companhia aérea. A empresa informou que está oferecendo assistência aos passageiros e reorganizando as opções de transporte para os afetados.
Entenda o alijamento de combustível e sua importância
O alijamento de combustível é um procedimento padrão em aeronaves de grande porte, como o Boeing 787-9. Diferentemente do que muitos pensam, uma aeronave não pode pousar com o mesmo peso que decola — o limite máximo de pouso é consideravelmente menor para preservar a integridade estrutural da aeronave e do trem de pouso.
Por isso, quando ocorre uma emergência logo após a decolagem, o excesso de peso precisa ser eliminado. O combustível é então liberado em área controlada e em condições que permitem sua dispersão e evaporação antes de atingir o solo, seguindo rigorosos padrões ambientais e de segurança.
Apesar do transtorno para os passageiros, este é mais um exemplo de como a aviação comercial prioriza a segurança e mantém protocolos rígidos para lidar com qualquer imprevisto, sempre preservando a vida a bordo.
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Marcuss Silva Reis