A recente evasão de pilotos da Azul Linhas Aéreas não pode ser vista apenas como uma questão interna da companhia. Na realidade, ela reflete um ambiente hostil da economia brasileira, que sufoca empresas e desestimula o crescimento sustentável da aviação comercial.
Depois da pandemia, o setor aéreo mundial buscou se reerguer com investimentos, ajustes operacionais e incentivos governamentais. No Brasil, entretanto, a recuperação não encontrou terreno fértil. Impostos abusivos sobre passagens aéreas e sobre o combustível de aviação (QAV) transformaram-se em um obstáculo quase intransponível, elevando custos operacionais e reduzindo a competitividade das companhias nacionais.
Esse cenário não afeta apenas os números da Azul, mas atinge diretamente os sonhos de milhões de brasileiros que desejam viajar com conforto, rapidez e segurança. Ao encarecer a aviação, o país restringe o acesso a um meio de transporte que deveria ser inclusivo e estratégico para o desenvolvimento regional.
Para os pilotos, a equação é ainda mais dura. A sobrecarga de trabalho, associada à dificuldade de crescimento da companhia, cria um ambiente de instabilidade. Isso explica por que muitos buscam oportunidades no exterior, onde as condições são mais favoráveis, tanto em remuneração quanto em perspectivas de carreira.
O resultado é uma perda dupla: a companhia perde profissionais experientes e o Brasil perde competitividade no transporte aéreo. A evasão de pilotos da Azul não é, portanto, um fenômeno isolado. É um sintoma claro de que sem uma revisão profunda da política tributária e regulatória, os sonhos de crescimento do setor aéreo nacional continuarão sendo jogados por terra.
Conclusão
A evasão de pilotos da Azul é mais que um alerta para a companhia: é um sinal de que o modelo econômico e regulatório da aviação brasileira precisa mudar. Se o país deseja ter uma aviação forte, acessível e competitiva, precisa abandonar a lógica de tributação predatória e adotar políticas que estimulem o setor. Sem isso, não apenas empresas como a Azul estarão em risco, mas também o futuro da conectividade aérea no Brasil.

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Marcuss Silva Reis