Quem sou eu

Minha foto
Joanópolis, SP, Brazil
Bem-vindo ao Instituto do Ar, um blog dedicado ao fascinante mundo da aviação. Nossa missão é fornecer conteúdo de alta qualidade, rigorosamente pesquisado, sobre diversos aspectos da aviação, desde a teoria e prática do voo até as políticas e tecnologias que moldam a indústria.Utilizo IA na confeção dos textos porém os temas são elencados por mim juntamente com os ajustes e correções!Desejo uma ótima leitura a todos!

terça-feira, 30 de setembro de 2025

Interdição da pista do Aeroporto Santos Dumont: segurança acima de tudo



 Na manhã desta terça-feira, o Aeroporto Santos Dumont (SDU), no Rio de Janeiro, precisou interditar temporariamente sua pista principal após o derramamento de óleo detectado em parte da área operacional. O incidente levou à suspensão das operações de pouso e decolagem por várias horas, afetando passageiros e companhias aéreas — mas acima de tudo, refletindo a prioridade absoluta à segurança operacional.

Segundo informações divulgadas, o vazamento foi causado por um veículo de serviço em solo que perdeu fluido hidráulico ou óleo de motor durante a madrugada. Tão logo o problema foi identificado, foram acionadas as equipes de emergência de manutenção e limpeza, dando início a um processo meticuloso de descontaminação da pista, utilizando agentes específicos para absorção e remoção segura de resíduos oleosos.

Segurança operacional e certificação: prioridade máxima

É importante reforçar que a interdição da pista de um aeroporto é uma medida prevista em protocolos internacionais e regulatórios, respaldados por normas da ICAO (Organização da Aviação Civil Internacional) — em especial o Anexo 14, que trata da infraestrutura física e operação segura de aeródromos.

No Brasil, a certificação de aeródromos públicos como o Santos Dumont segue rigorosamente os critérios estabelecidos pelo RBAC 139 – Regulamento Brasileiro da Aviação Civil n.º 139, editado pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil). Esse regulamento define os requisitos técnicos, operacionais, de segurança e manutenção que devem ser observados continuamente por aeroportos que desejam manter sua certificação vigente.

Entre os requisitos estão:

  • Plano de emergência aeroportuária (PEA)

  • Manual do operador aeroportuário

  • Plano de gerenciamento da segurança operacional (SGSO)

  • Treinamento das equipes em resposta a incidentes com fluídos contaminantes

  • Inspeções regulares de atrito e condições da pista (friction tests)

  • Ações corretivas antes da retomada das operações

O Santos Dumont é um aeroporto certificado pela ANAC conforme o RBAC 139 e passa regularmente por auditorias e inspeções operacionais para garantir a conformidade com as exigências técnicas. A liberação da pista só é possível após laudo técnico comprovar que os níveis de aderência e atrito estão dentro dos parâmetros regulamentares e que não há risco para as operações aéreas.

A complexidade de manter um aeroporto urbano seguro

O caso chama ainda mais atenção pelo fato de o Santos Dumont ser um aeroporto urbano, localizado no coração do Rio de Janeiro. Inaugurado em 1936, o SDU foi construído em uma época na qual as aeronaves eram menores, mais leves e voavam a velocidades bem inferiores às atuais.

Com o tempo, o aeroporto passou por diversas modernizações, adaptações e reestruturações, mas manteve sua característica fundamental: operar dentro de um espaço físico limitado, cercado pela Baía de Guanabara de um lado e áreas urbanas densamente ocupadas de outro.

Esse cenário impõe grande complexidade à gestão aeroportuária, já que qualquer incidente operacional pode ter reflexos não apenas sobre os passageiros, mas também sobre toda a cidade. Assim, a interdição da pista por óleo não é apenas um problema técnico; é uma questão de preservação da segurança coletiva, da integridade dos usuários e da confiança nas operações aéreas.

Compromisso com a aviação segura e sustentável

Importante lembrar que o Santos Dumont é certificado pela ACI (Airports Council International) no programa Airport Carbon Accreditation, nível 1, o que significa que o aeroporto realiza monitoramento sistemático das emissões de carbono e impactos ambientais das operações. Incidentes como o de hoje são tratados com extremo rigor, respeitando normas técnicas, ambientais e operacionais, inclusive na forma de destinação correta dos resíduos removidos.

Além disso, a Infraero, responsável pela gestão do SDU, mantém uma política ativa de capacitação de pessoal, treinamentos em segurança operacional e programas de qualidade, auditados por órgãos como a ANAC, DECEA, ACI e conforme as diretrizes da ICAO.

Conclusão

A interdição da pista do Aeroporto Santos Dumont por derramamento de óleo é um episódio que, embora impactante no curto prazo, reforça a solidez dos protocolos de segurança operacional da aviação civil brasileira. A pronta resposta das equipes técnicas e a decisão de só retomar as operações após total garantia da segurança demonstram o alinhamento do aeroporto com os mais elevados padrões internacionais de segurança aérea.

Operar um aeroporto urbano em uma cidade como o Rio de Janeiro exige mais que técnica: exige responsabilidade, vigilância constante e compromisso com a vida. Essa é a missão de quem está à frente de um dos aeroportos mais importantes do Brasil.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Obrigado pelo seu comentário!!!!
Marcuss Silva Reis