Veja – 20/06/12
Companhias aéreas usam de artifícios para criar taxas sobre serviços que antes eram de graça
QUSTAVO SIMON
A competição entre as companhias aéreas nacionais trouxe uma grande vantagem aos passageiros: o preço dos bilhetes é o
mais baixo desde 2002. Mas só o dos bilhetes. As empresas passaram a cobrar dos passageiros por serviços que antes saíam
de graça. Na semana passada, a Gol anunciou a adoção de novas taxas — muitas já praticadas pelas concorrentes (veja o
quadro abaixo). Desde o começo de junho, para embarcar menores de idade desacompanhados, pagam-se 90 reais extras (60
dólares no caso dos percursos internacionais). A partir desta semana, quem quiser reservar um assento próximo à saída de
emergência, onde há mais espaço para as pernas, vai desembolsar uma tarifa de 10 reais. Também neste mês foi reduzida a
oferta de lanches grátis nos aviões da companhia. Desde abril, os sanduíches eram cobrados em 180 dos 900 voos diários —
agora, é preciso pagar por eles em 400 voos. A Gol já havia reduzido de quatro para três o número de comissários de bordo
nas viagens domésticas feitas com o Boeing 737-700.A justificativa das companhias aéreas é que a demanda crescente por passagens veio acompanhada de aumento nos custos
de operação. As despesas do setor são maiores que as receitas desde 2006.0 preço do querosene de aviação subiu 29,3% em
2011. A Gol tenta se recuperar do prejuízo de 710,4 milhões de reais que teve no ano passado. A TAM, sua principal
concorrente, registrou prejuízo de 335 milhões de reais. Ambas alegam que os custos extras para os passageiros são uma
tendência do mercado. E verdade. Na ponta do lápis, em todo o mundo, apenas o modelo de negócios das companhias que
vendem passagens a baixo custo, mas cobram por todo e qualquer serviço a bordo, tem se provado rentável. A irlandesa
Ryanair, que instituiu taxa até para as compras feitas com cartões de crédito de bandeira não filiada a seu serviço, anunciou
lucro de 500 milhões de euros em 2011.
Nos Estados Unidos, o Wall Streei Journal avaliou a Spirit, similar americana da Ryanair, como a empresa aérea mais lucrativa
do país. Diz André Castellini, da consultoria Bain&Company: "A diferença entre as companhias aéreas tradicionais e as de
baixo custo é hoje muito mais ténue, e isso deve se acentuar. A prioridade do cliente são os preços baixos, e as tradicionais
tiveram de se adequar. Passaram a oferecer tarifas referentes apenas ao transporte e a cobrar pêlos adicionais".
Os Estados Unidos se tornaram uma espécie de laboratório de testes sobre o que pode ser cobrado dos passageiros sem
provocar revolta. O senador democrata Charles Schumer promoveu recentemente uma manifestação pública de repúdio à
prática das companhias aéreas de cobrar pelas reservas feitas para as poltronas das janelas, do corredor e próximas às saídas
de emergência. Casais ou famílias com crianças se vêem obrigados a gastar um extra para se sentar próximo uns dos outros.
As taxas para escolha de assento custam entre 9 e 59 dólares "Um pai não deveria ter de pagar ágio para poder supervisionar
e proteger seu filho em um avião", protestou o senador Schumer. Em 2011, a Delta, líder nos voos domésticos nos Estados
Unidos, arrecadou mais de 1,6 bilhão de dólares com tarifas extras. Quatro anos antes, esse valor não chegou a 115 milhões
de dólares. Disse a VEJA o americano Charles Leocha. diretor da ONG Consurner Travei Alliance: "A cobrança de taxas já foi
incorporada pelas companhias. Infelizmente, só resta aos passageiros acostumar-se com elas".
Esse espaço é para compartilhar notícias, idéias e manifestações sobre o segmento de aviação. As fontes são diversas- sites, revistas, jornais, clipping e banco de dados, além claro dos meus comentários e dos colegas. Sou Piloto Comercial de Acfts de asas fixas,perito em aviação,pós Graduado em Ciências Aeronáuticas,proteção da aviação civil(Safety,security) e docencia do Ensino superior.Membro fundador,Coordenador e professor do Instituto do Ar, onde permaneci por 19 anos. MARCUS SILVA REIS
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Marcuss Silva Reis