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segunda-feira, 14 de julho de 2025

O Que Representa o Wet Leasing da Azul e Seu Impacto no Setor Aéreo Brasileiro

 


Nos últimos meses, a Azul Linhas Aéreas tem chamado atenção do setor ao recorrer ao wet leasing para manter suas operações internacionais. Mais do que uma simples manobra operacional, essa estratégia revela muito sobre o momento atual da empresa — e levanta discussões importantes para a aviação brasileira.

O Que É Wet Leasing?

O wet leasing (ou arrendamento ACMI) é um contrato no qual uma empresa aérea aluga uma aeronave completa, incluindo:

  • Aeronave

  • Tripulação

  • Manutenção

  • Seguro

Ou seja, a companhia aérea contratante (neste caso, a Azul) utiliza o avião de outra empresa — como a euroAtlantic Airways, de Portugal — já com toda a estrutura operacional e legal pronta para voar.

Esse tipo de contrato é bastante comum em períodos de alta demanda, ajustes de frota ou cobertura emergencial.

O Caso da Azul: Flexibilidade em Meio à Reestruturação

A Azul está em processo de reestruturação financeira e precisou de soluções rápidas para manter suas operações internacionais, especialmente em rotas para Lisboa e Estados Unidos.

Entre os exemplos recentes:

  • Boeing 777-200 da euroAtlantic Airways, operando a rota Campinas–Lisboa

  • Boeing 767-300ER, utilizado para ampliar a oferta internacional

  • Planejamento de A330-200 via wet lease para rotas nos EUA

O objetivo é claro: manter as rotas ativas sem comprometer ainda mais o caixa da companhia, enquanto renegocia dívidas e contratos de leasing tradicionais.O Impacto no Mercado Brasileiro: Mais do Que Uma Solução Operacional

1️⃣ Questões Reguladoras e Trabalhistas

O uso de aeronaves com tripulação totalmente estrangeira gerou reação imediata do Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA), que acusa a prática de ferir a legislação brasileira.

Segundo o SNA:

  • O Código Brasileiro de Aeronáutica exige tripulação brasileira em operações regulares

  • A Lei do Aeronauta também reforça essa exigência

  • O sindicato entrou com ações judiciais e pediu à ANAC a suspensão das autorizações

Esse episódio cria um precedente importante, exigindo maior atenção das companhias e reguladores para garantir o cumprimento das normas nacionais.

2️⃣ Reflexo no Mercado de ACMI no Brasil

O mercado global de ACMI segue em expansão — avaliado em US$ 6,2 bilhões em 2023, com expectativa de atingir US$ 8,7 bilhões até 2033.
Porém, o Brasil tende a adotar um modelo mais restritivo, com maior exigência de tripulação nacional ou parcerias que atendam às leis trabalhistas.

Essa tendência pode:

  • Aumentar o custo dos contratos de wet leasing no Brasil

  • Reduzir a flexibilidade operacional das empresas

  • Forçar o desenvolvimento de operadores ACMI nacionais

3️⃣ O Papel Estratégico do Wet Lease em Momentos de Crise

Para a Azul, o wet lease funcionou como:

  • Ferramenta de ajuste de capacidade

  • Alternativa de curto prazo frente a problemas de manutenção

  • Saída emergencial diante da necessidade de caixa

É uma prática válida, desde que ajustada às regras do país. A reação do setor, dos sindicatos e da opinião pública aponta para a necessidade de regras mais claras e acordos transparentes.

Conclusão: O Wet Lease e o Futuro da Aviação Brasileira

O uso do wet leasing pela Azul escancarou uma realidade: as companhias precisam de flexibilidade, mas também de responsabilidade frente às normas nacionais.

Essa discussão reforça o papel das entidades sindicais, da ANAC e da própria sociedade em acompanhar práticas que possam impactar a competitividade e a soberania do setor aéreo brasileiro.

Seja como solução temporária ou como tendência de mercado, o wet lease exige um equilíbrio entre eficiência operacional, legalidade e respeito aos profissionais da aviação.

✈️ E você, o que pensa sobre o uso de wet leasing no Brasil?
Compartilhe sua opinião nos comentários e siga o Instituto do Ar para mais análises sobre o setor aéreo!

Um comentário:

  1. Ao passo que, a utilização do Wet Leasing tem o condão de adiar ou mesmo impedir a quebra de uma empresa, à curto prazo, expõe de forma irrefutável a fragilidade das regras e das estruturas administrativas destas empresas.
    A aviação civil Brasileira, à continuar com os custos e carga tributária aplicas por práticas econômicas de governo, e repito, de governo e não de ESTADO, tende a piorar um quadro terminal que vem se desenhando há anos com políticas públicas terríveis, e administrações privadas ridículas.
    Agora, vamos aguardar para assistir o fim da Aviação Civil Brasileira da forma como a conhecemos.

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Marcuss Silva Reis