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quinta-feira, 4 de setembro de 2025

Saúde dos Tripulantes de Aeronaves: Principais Patologias e Como Preveni-las

 


A profissão de piloto e comissário de bordo exige muito mais do que preparo técnico: ela cobra resistência física e mental para enfrentar longas jornadas, fuso-horários variados, pressões ambientais e riscos ocupacionais específicos da aviação.

A literatura médica mostra que tripulantes de aeronaves apresentam maior incidência de algumas doenças quando comparados à população em geral. Neste artigo, você vai conhecer as principais patologias que afetam os tripulantes e as melhores estratégias de prevenção e mitigação, fundamentais para manter a segurança de voo e a saúde desses profissionais.

Patologias mais frequentes entre tripulantes

1. Distúrbios osteomusculares

  • Causas: postura prolongada na cabine, vibração, esforço físico (movimentação de bagagens, longas horas em pé).

  • Exemplos: lombalgia, cervicalgia, hérnia de disco, síndrome do túnel do carpo.

2. Doenças cardiovasculares

  • Causas: estresse, fadiga, desidratação, imobilidade prolongada.

  • Exemplos: hipertensão arterial, arritmias e risco aumentado de trombose venosa profunda (TVP) em voos longos.

3. Distúrbios auditivos

  • Causas: ruído constante da cabine e turbinas.

  • Exemplos: perda auditiva induzida por ruído (PAIR), zumbidos e vertigens.

4. Alterações visuais

  • Causas: baixa umidade, radiação cósmica, fadiga ocular.

  • Exemplos: síndrome do olho seco, presbiopia precoce, risco aumentado de catarata.

5. Problemas respiratórios

  • Causas: variação de pressão, baixa umidade e contato com vírus.

  • Exemplos: sinusite, resfriados frequentes, barotraumas de ouvido.

6. Distúrbios gastrointestinais

  • Causas: mudanças de pressão, dieta irregular e horários de refeição desajustados.

  • Exemplos: distensão abdominal, constipação, refluxo gastroesofágico.

7. Alterações dermatológicas

  • Causas: baixa umidade, atrito de uniformes e EPIs.

  • Exemplos: ressecamento cutâneo, dermatites de contato.

8. Saúde mental e distúrbios do sono

  • Causas: escalas irregulares, jet lag, estresse operacional.

  • Exemplos: insônia, fadiga crônica, ansiedade, burnout e depressão.

9. Exposição à radiação cósmica

  • Causas: voos em altas altitudes e rotas polares.

  • Exemplos: risco cumulativo de câncer de pele, catarata e neoplasias hematológicas.


Como prevenir ou mitigar essas patologias

A prevenção está ligada a um conjunto de hábitos saudáveis e medidas ocupacionais:

Para distúrbios osteomusculares

  • Alongamentos antes e após os voos.

  • Fortalecimento da musculatura lombar e abdominal.

  • Ergonomia na cabine e técnicas corretas de levantamento de peso.

Para doenças cardiovasculares

  • Hidratação constante.

  • Caminhar ou movimentar pernas em voos longos.

  • Estilo de vida saudável: não fumar, controlar pressão e colesterol.

Para problemas auditivos

  • Uso de headsets com cancelamento de ruído.

  • Exames audiométricos periódicos.

Para alterações visuais

  • Colírios lubrificantes contra olho seco.

  • Óculos com proteção UV.

  • Acompanhamento oftalmológico regular.

Para problemas respiratórios

  • Evitar voar com resfriado ou sinusite grave.

  • Uso de solução salina nasal.

  • Vacinação atualizada.

Para distúrbios gastrointestinais

  • Alimentação leve antes e durante os voos.

  • Evitar excesso de refrigerantes e alimentos fermentativos.

Para saúde da pele

  • Uso de hidratantes neutros.

  • Higienização ao final dos turnos.

Para sono e saúde mental

  • Higiene do sono (ambiente escuro, sem telas antes de dormir).

  • Técnicas de relaxamento e mindfulness.

  • Apoio psicológico e políticas de gerenciamento da fadiga (FRMS) pelas empresas.

Para radiação cósmica

  • Monitoramento ocupacional da dose anual.

  • Escalas que evitem excesso de rotas polares ou de alta altitude.


Conclusão

A saúde dos tripulantes de aeronaves é essencial não só para a qualidade de vida desses profissionais, mas também para a segurança de voo. Ao adotar medidas de prevenção — desde a hidratação adequada até o gerenciamento do sono e do estresse — é possível reduzir significativamente os riscos associados à atividade aérea.


📚 Bibliografia de consulta

  • INTERNATIONAL CIVIL AVIATION ORGANIZATION (ICAO). Manual of Civil Aviation Medicine. 3rd ed. Montreal: ICAO, 2012.

  • WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Health and Safety Aspects of Air Travel. Geneva: WHO, 2017.

  • SCURR, J. H. et al. Frequency and prevention of symptomless deep-vein thrombosis in long-haul flights: a randomised trial. The Lancet, v. 357, n. 9267, p. 1485-1489, 2001.

  • KUCUK, O. F.; DOGAN, M. Air Travel and Risk of Venous Thromboembolism. Eurasian Journal of Medicine, v. 51, n. 3, p. 309–314, 2019.

  • HARRISON, T. R. Harrison’s Principles of Internal Medicine. 20th ed. New York: McGraw-Hill, 2018.

  • COHEN, B. S.; MANSFIELD, J. R. Aviation Medicine. 4th ed. London: Butterworth-Heinemann, 2019.

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Marcuss Silva Reis