Em junho de 2024, o Instituto do ar aviação já havia alertado: transferir os voos do Santos Dumont para o Galeão sem garantir segurança era um erro anunciado.
A decisão de transferir o tráfego aéreo do Aeroporto Santos Dumont para o Aeroporto Internacional Tom Jobim (Galeão), patrocinada pelo prefeito Eduardo Paes e apoiada pelo governo federal, voltou ao centro das atenções — e pelos piores motivos.
Naquele artigo, publicado no Instituto do Ar Aviação, alertamos que a mudança colocava em risco a segurança dos usuários, devido à vulnerabilidade das vias de acesso ao Galeão e à ausência de um plano de segurança integrado entre o aeroporto, o município e o estado.
Pois ontem, 28 de outubro de 2025, o alerta virou realidade.
Durante uma onda de ataques narcoterroristas no Rio de Janeiro, traficantes isolaram as principais vias de acesso ao Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro (Galeão), impedindo completamente a chegada e saída de veículos.
O episódio paralisou embarques, provocou o cancelamento de voos e deixou passageiros em pânico.
O Rio viveu um verdadeiro cenário de guerra urbana, com tiroteios, incêndios e confrontos em divdiferentes pontos da cidade. As imagens, que rapidamente se espalharam pelas redes sociais e pela imprensa internacional, mostraram um país incapaz de proteger o principal portão aéreo do Sudeste.
Enquanto isso, o Aeroporto Santos Dumont, situado no coração da cidade e com vias mais seguras e controláveis, permaneceu plenamente acessível e operacional — exatamente como foi apontado no meu texto de 2024.
A decisão de transferir voos do Santos Dumont para o Galeão, sem um planejamento robusto de segurança e mobilidade, revelou-se um erro estratégico de grandes proporções.
A medida prejudica usuários, tripulações, turistas e toda a cadeia econômica do turismo e do transporte aéreo.
É imperativo que o prefeito Eduardo Paes e as autoridades federais reconheçam a gravidade do que ocorreu e reavaliem imediatamente essa política de transferência.
Segurança pública e eficiência operacional não são temas partidários — são pilares da aviação civil moderna.
O que vimos ontem foi a comprovação de que não se pode ignorar a geografia da violência urbana em nome de interesses políticos ou econômicos.
E agora, prefeito?
O alerta foi feito há mais de um ano — e o tempo provou que estávamos certos.

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Marcuss Silva Reis