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sábado, 6 de dezembro de 2025

O que são os dissipadores de estática no bordo de fuga das asas?

 



Se você já observou atentamente a asa de um avião — especialmente perto do bordo de fuga no winglet, ailerons, profundor ou estabilizador vertical — deve ter reparado em pequenas hastes pretas ou metálicas que se projetam para fora. Esses componentes são conhecidos como dissipadores de carga estática (static dischargers ou static wicks), e desempenham um papel essencial para a segurança e para o correto funcionamento dos sistemas de navegação e comunicação da aeronave.

Por que a carga estática é um problema na aviação?

Durante o voo, a aeronave está continuamente:

  • Friccionando o ar

  • Cruzando nuvens carregadas

  • Passando por regiões de umidade

  • Encontrando partículas de gelo e poeira

Essa interação constante gera eletricidade estática, que se acumula na fuselagem e nas asas — o mesmo efeito de arrastar os pés no tapete e levar um choque ao tocar uma maçaneta.

Em um avião, porém, essa carga não pode simplesmente ficar acumulando. O excesso de eletricidade estática pode:

  • Interferir nos sistemas de navegação (VOR, ILS, GNSS)

  • Causar ruídos em comunicações VHF

  • Gerar faíscas perigosas durante o abastecimento

  • Prejudicar antenas e sensores externos

Por isso, a aeronave precisa eliminar essa carga de maneira controlada e segura.

Onde entram os dissipadores de estática?

Os dissipadores de estática são pequenas hastes flexíveis instaladas nos bordos de fuga das asas e superfícies móveis, porque:

  • Essa é a região onde o fluxo de ar está mais turbulento

  • A borda de fuga é naturalmente um ponto de concentração de cargas

  • A geometria favorece o desprendimento da eletricidade

Eles funcionam como “escapamentos” de carga elétrica, permitindo que a aeronave libere gradualmente a eletricidade acumulada na fuselagem para a atmosfera.

Como eles funcionam?

Cada dissipador:

  • Tem uma ponta altamente condutora

  • Está conectado à estrutura da aeronave

  • Permite que a carga se disperse para o ar em forma de íons

  • Evita a formação de faíscas perigosas

É um processo contínuo: enquanto o avião voa, os static wicks estão constantemente “descargando” pequenas quantidades de eletricidade no ar.

Por que ficam no bordo de fuga?

A posição não é aleatória.

  • No bordo de ataque, o ar é mais limpo e laminar, dificultando a dissipação.

  • No bordo de fuga, o ar está mais turbulento, facilitando a emissão de íons.

  • A extremidade da asa (wingtip ou winglet) concentra ainda mais cargas, por isso há vários dissipadores naquele local — como mostrado na imagem acima.

E a relação com abastecimento e grounding?

No solo, antes do abastecimento, o avião e o caminhão são ligados por um bonding cable (cabo de equalização).
Isso impede faíscas durante o fluxo de combustível.

No ar, esse papel é feito pelos dissipadores de estática.

Ou seja:

  • No solo: equalização por cabos

  • No ar: equalização por dissipadores

Ambos têm o mesmo objetivo: evitar descarga elétrica descontrolada.

Conclusão

Os pequenos “pelinhos” no bordo de fuga das asas não são enfeites: eles são componentes essenciais para a segurança da aeronave. Os dissipadores de estática garantem que:

  • Os sistemas de navegação funcionem livre de interferências

  • As comunicações permaneçam estáveis

  • Não haja risco de descargas perigosas

  • A aeronave opere dentro do envelope eletrostático seguro

É um exemplo perfeito de como a aviação incorpora soluções simples, discretas e extremamente eficientes para lidar com fenômenos complexos.

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Marcuss Silva Reis