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Bem-vindo ao Instituto do Ar, um blog dedicado ao fascinante mundo da aviação. Nossa missão é fornecer conteúdo de alta qualidade, rigorosamente pesquisado, sobre diversos aspectos da aviação, desde a teoria e prática do voo até as políticas e tecnologias que moldam a indústria.Utilizo IA na confeção dos textos porém os temas são elencados por mim juntamente com os ajustes e correções!Desejo uma ótima leitura a todos!

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Minhas estórias da aviação geral-Meu Amigo Fernando José: Um Voo que Ficou na Memória




Era um sábado comum, desses em que a vida parece correr devagar. Eu estava sentado na praça da rua Lauro Müller, observando o movimento, quando meu amigo Fernando José chegou e começamos a conversar — sério, acadêmico de medicina e dono de um certo ar cético — começou a brincar, meio que desdenhando da aviação e das minhas habilidades como piloto.Com o jeito dele, sempre confiante e levemente provocador, deixou escapar comentários que, confesso, guardei comigo. Pensei: "Um dia ainda vou dar um corretivo nesse cara... é só esperar a oportunidade."

O convite inesperado

A oportunidade não demorou a aparecer. Na segunda-feira, feriado prolongado, voltamos a nos encontrar na praça. Foi quando joguei a isca:
— Preciso ir ao aeroporto mudar o avião de vaga. Bora comigo?
Fernando, com aquele sorriso curioso, topou:
— Vamos! Quero ver isso aí.

Pegamos o carro e seguimos para o Aeroporto Santos Dumont. Chegando lá, passamos pela sala de tráfego. Enquanto ele se entretinha examinando cartas meteorológicas e papéis técnicos, nem percebeu que eu estava preenchendo uma notificação de voo para Jacarepaguá.

Hora da verdade

Fomos para o PT-LOI, abasteci a aeronave e ele perguntou o motivo.
— Não posso pernoitar com tanque vazio — respondi com naturalidade.

Entramos na cabine, liguei o rádio e chamei o controle de solo.Autorizado começamos a taxiar. Ao mudar para a frequência da torre, a autorização veio clara:

— PT-LOI, autorizado alinhar e decolar da 20 da direita.

Fernando arregalou os olhos:
— Marcus, que isso?!
Eu ri e disse:
— Vamos ali e já voltamos.

Medo e maravilha

Com as mãos suando e o corpo tenso e pálido, Fernando embarcou na aventura. Decolamos, o Rio de Janeiro se abriu à nossa frente em toda a sua beleza — o Pão de Açúcar, as praias, a Baía de Guanabara. A cada minuto, o medo dele ia dando lugar a um encantamento silencioso.

Mesmo assim, de tempos em tempos, ele quebrava o clima:
— Isso não é perigoso, não? Caraca, Marcus...não brinca não.......e toma um stol de 3°tipo sem motor para deixar o voo mais emocionante.

Era a primeira vez que ele voava em um pequeno avião e de instrução com seu amigo, e a experiência estava marcando. Fomos até Jacarepaguá e voltamos ao Santos Dumont, pousando com aquela sensação de missão cumprida e lição aplicada e compreendida — risos.

Uma amizade que ficou no ar

Nos meses seguintes, cada vez que eu olhava para Fernando, lembrava daquele dia e caía na risada. Ele, meio sem graça, sempre acabava perguntando:
— Quando vamos de novo?

Meu querido amigo Fernando José Paiva  nos deixou cedo demais, levando consigo aquela mistura de coragem e medo que só quem já voou de aeronaves pequenas pela primeira vez entende. Fica a saudade eterna do amigo da adolescência, do parceiro de praça,de noitadas, do passageiro improvável que, por uma tarde, viu o mundo do alto e descobriu que a aviação e a vida são feitas de experiências vividas.

Em memória do meu amigo Fernando José.

Marcuss Silva Reis

8 comentários:

  1. Sempre bom ter registro de histórias bacanas da aviação. Vlw Marcão, saúde e paz. Um grande abraço.

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  2. Sensacional o seu relato, meu amigo! Sempre fui seu fã e tenho orgulho da oportunidade de ter o sr. Como meu professor e coordenador. Um grande abraço! Cavok.

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    1. Muito obrigado,na vida o que vale é isso,o quanto fomos importantes para as pessoas.Sempre levei meu trabalho muito a sério e fico muito feliz de receber sua mensagem e seu reconhecimento!

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  3. Sinto uma tristeza e amargura indescritíveis de nao ter mais este sobrinho junto de nós. Padrinho de minha filha , médico competente , amigo da familia . Era o eterno amor e orgulho da avó . E de todos nós.

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  4. Que memórias lindas você teve com meu primo. Obrigada por nos contar essa proeza.

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Obrigado pelo seu comentário!!!!
Marcuss Silva Reis